A Associação Flor e Espinho é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público dedicada à realização de ações que visam o desenvolvimento cultural, artístico e a responsabilidade social. Composta por membros com experiência profissional nas áreas da comunicação, antropologia, direito e das artes, a associação acredita na potência transformadora produzido pelo discurso artístico e cultural como ferramenta para se praticar responsabilidade social, discutir a autonomia individual e coletiva, construir caminhos para o reconhecimento e fortalecimento das identidades de um povo e seu patrimônio cultural.
A instituição tem um foco muito preciso em trabalhos que utilizam a linguagem da palhaçaria e proporcionam o riso, acredita na força transformadora do riso e no poder da alegria para promover responsabilidade social.
Desde o ano de 2008, a Associação Flor e Espinho, em parceira com o Circo do Mato – Grupo de Artes Cênicas – realiza a Pantalhaços – Mostra Internacional de Palhaços do Pantanal, que se fundamenta no pensamento do filósofo Henri Bergson, que em seu livro “O Riso” (1940) afirma que, o riso é a única característica que difere o ser humano dos outros animais. Entendendo o Palhaço como pioneiro na arte de fazer rir, não é exagero dizer que ele é o artista que mais humaniza as pessoas. O Palhaço é a representação máxima da alegria e nada mais alentador que oferecer à população um evento que além de grande e justa relevância artística, promove um encontro humano, proporcionando a alegria pura, livre de preconceitos ou discriminação.
Estima-se que em suas edições, mais de 25 mil pessoas foram de forma direta e indireta beneficiadas com a programação da Pantalhaços nos mais diversos bairros de Campo Grande, que contou com espetáculos, palestras, seminários e cursos oferecidos por mestres reconhecidos internacionalmente vindos de países como México, Peru, Argentina e de diversos estados do Brasil, compondo uma agenda plural e generosa oferecida para comunidade de maneira gratuita. A mostra já contou com investimento dos fundos:
O projeto teve origem a partir do projeto Cine Clube, criado em setembro de 2010 com o objetivo de apresentar filmes para debates e análises na sede do grupo. Pensando em ampliar suas ações e afim de democratizar o acesso às artes, a Associação Flor e Espinho criou em 2015, de forma independe, o projeto Kombinado que consistia em transformar uma Kombi em uma unidade cultural móvel e nela levar as atividades que o grupo realizava desenvolvidas em sua sede, que era localizada na região central da cidade, para localidades carentes.
Foi executado pela primeira vez no bairro Cidade de Deus, que na ocasião era a maior favela de Campo Grande onde cerca de 400 famílias, que juntas somavam mais de 1200 pessoas viveram um dos maiores conflitos sociais da história a cidade. A favela foi construída na região do antigo lixão da região do Anhaduizinho, o que naturalmente colocava em risco todas as pessoas que ali moravam, e consequentemente transformava o local em região de conflito político. Nesta ocasião o projeto ainda não tinha tela de cinema e projetor próprio, e contou com apoio do núcleo de Audiovisual da FCMS
A partir dessa experiencia e, tocados com o retorno da população, o grupo abraçou o projeto e continua com ele até os dias hoje, porém apenas em 2017 conseguiu montar uma tela fixa na kombi e comprar um projetor. Durante este tempo o projeto percorreu além da Capital e o estado do MS, as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste além de ter atravessado 5 estados pelo Sertão Nordestino.
Circulado de 2015 a 2021, o projeto Kombinado foi uma iniciativa de democratizar o acesso à Arte e Cultura por meio da circulação de um programa cultural multilinguagem tendo como palco a estrutura de uma Kombi que, transformada em um centro cultural móvel circulava preferencialmente em localidades de vulnerabilidade social levando Circo, Cinema, Música e Literatura. O projeto percorreu estados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Durante a pandemia da COVD-19, com investimento do FMIC – Fundo Municipal de Investimentos Culturais/Prefeitura Municipal de Campo Grande, o projeto contemplou diretamente mais de 40 pessoas entre artistas e técnicos, categorias que mais foram afetadas pela pandemia, e realizou uma série de vídeos contando a história e mostrando parte da produção de importantes nomes da cultura de Campo Grande, criando um grande acervo de memória de várias gerações de artistas da Música, Cinema, Circo e da Literatura do município.